14.8.20

há sempre vontade de oferecer coisas a quem gostamos. parece que damos um pouco de nós, da memória de quem somos, à pessoa a que oferecemos algo. às tantas acabamos por oferecer algo que tem mais importância para nós do que para a pessoa. e, por essa razão, ficamos tristes quando parece que a oferta não é tão valorizada quanto nós a valorizamos. o intermédio torna-se inexistente, e acaba sempre por alguém oferecer mais do que o outro. o interessante disto é que, normalmente, cada um acha que oferece mais do que o outro, havendo quase que uma disputa. como é possível num sentimento de pura felicidade e investimento haver quebras e mal entendidos do que esperamos do outro, quase como se estivéssemos a olhar para um espelho? esperamos aquilo que damos, em peso e medida, sem olhar às diferenças.

e, mesmo com consciência disto, torna-se mais fácil reduzir do que exigir mais, dar menos à espera de receber menos. 

Sem comentários:

Enviar um comentário