relembro sempre estes dias de verão de há 2 anos. tenho ouvido a mesma música, tenho me lembrado das pessoas, das situações, das questões infinitas sobre o meu futuro. de momento, parece que tudo foi tão breve (e para o tamanho da vida, foi realmente muito breve). é engraçado pensar nestas coisas, principalmente quando a grande questão encontra-se quase finalizada.
nunca senti aquele impacto de que a vida muda em pouco tempo. ou melhor, não em relação a coisas positivas. sinto que tive algumas experiências nestes últimos 2 anos, mas nada que a viesse mudar por completo e me fizesse, ou tornasse, numa pessoa diferente. há coisas melhores, há coisas piores, há coisas inconstantes e incertas. mas sempre houve, sempre haverá. mudei coisas que eram necessárias mudar, houve pessoas que, definitivamente, me ajudaram a ver coisas que nunca tinha visto. mas tudo tem sido a seu tempo, uma construção longa. no fundo, posso afirmar que foram estes 2 anos que fizeram ser paciente com as construções. sempre quis tudo na hora, querer e fazer, e tenho aprendido que temos de dar tempo para que boas coisas aconteçam, mesmo que haja sempre algo a puxar para trás, temos de dar pequenos passos e empurrar para a frente.
no entanto, ultimamente sinto que não ando a fazer nada do que devia.
concretamente, sabia que o meu trabalho final de mestrado ia ter uma componente difícil para mim, a nível pessoal ou de personalidade, mas não pensei que fosse pensar em desistir. quando olho para tudo isto, só sinto que trabalho numa cozinha, comecei a fazer um bolo, forrei as formas, deitei a massa lá dentro, e quando chegou à altura de o cozer... não sei acender o forno. como ligo o forno!? nem instruções há! (imagino um forno a gás, não um eléctrico). acabei por me sentar numa cadeira a pensar se começo a fazer experiências para ligar o forno, mesmo que haja perigo de explodir, ou se me deixo ficar sentada.
será bom que faça experiências mesmo que saia chamuscada.
é uma inquietude que sou eu própria a provocar. e chego a pensar que há 2 anos, nem pensava nisto.
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