li o Cleopatra and Frankenstein, da Coco Mellors.
não recomendo, de todo, o livro, mas marcou-me tanto. revi-me em várias coisas, quis proteger a Cleo, quis abanar a Cleo, quis não houvesse tanta toxicidade naquele desenvolvimento, naquelas personagens. cheguei a desistir do livro, não era o tipo de leitura de que gosto. mas houve qualquer coisa que me prendeu a ele, e fiquei a pensar para onde a autora iria levar a Cleo e o Frank. e eis que, uns dias após acabar a leitura e continuar presa àquelas personagens, aos cenários, centrei-me num detalhe e apercebi-me que a Cleo recorreu a Nova Iorque à procura de algo que não encontrou. aquela cidade nunca lhe daria o que ela precisava.
de certa maneira, isto diz-me algo. eu prendi-me a Lisboa na minha busca por liberdade. uma liberdade que envolve crescimento pessoal, intelectual. raízes a expandirem-se numa cidade que já conheço. não o suficiente para me sentir em casa - nunca será a minha casa -, mas o suficiente para passar despercebida e sentir que posso ser quem eu quiser, que esta cidade pode ser o que quiser. contrariamente a Cleo, não preciso de um Frank... mas também reconheço que a verdadeira liberdade é podermos ser quem quisermos em qualquer lugar do planeta.
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